18/08/2017

agnosco veteris vestigia flamæ


...a pena arranha o papel alvo na noite escura. são memórias de um tempo que já passou e que não quer voltar nem pelo ouro de mil sóis que brilham lá numa galáxia qualquer. e as tuas lágrimas Efigénia que um dia alimentaram fontes e almas e tudo não existem já hoje nem em sonhos nem memórias nem o ouro de mil sóis e nada nada me parece capaz de voltar a essa realidade ou a esse sonho. continuo à procura da luz da lucerna que insisto em não acender. à espera de um sonho que me retorne à realidade. espero voltar a reconhecer o queimar da chama antiga e os sons e os cheiros e as memórias ah - sempre as memórias - de uma história que não foi escrita nem acabada nem terminada. como um pó ao vento um pigmento intemporal que jamais pode voltar a ser usado nem pelo ouro de mil sóis nem por todas as lágrimas de Efigénia.