12/12/2016

Nada


Estavas a ouvir? Ouçamos juntos esse ruído imperceptível que nos afasta do sonho. A realidade dos sentidos. Mais um, novamente. Tão diferente, de objectivo tão comum, que a sua semelhança à realidade reflecte-se como num espelho negro.
Ouves? Sim, são esses passos inaudíveis que ecoam pelo infinito:

Na noite ecoante de sinos dobrados
Profundos ruídos vibrantes, exaustos
Sentimentos cruéis, comuns, à noite lembrados
Sons vagos na lembrança eterna,
Dores inaudíveis na grandeza dos fados


Ah, como vos perdeste Roderico! Mas o Camynho continua, vós sabeis tomá-lo. Encontrai-o e ilumina-lo-ei para vós, de guisa que nom vos percais, como sois teúdos de o fazer.

«Ser mais alto que os infantes, tão mais perto de ti, como dos Deuses, os poetas errantes, que de glórias se alimentam...»



Estas são palavras antigas, M.
Mas talvez seja o caminho para um novo começo, lembrar o Livro, e o que dele aprendemos.